O estado do Espírito Santo apresentou pequena variação de casos de dengue, chikungunya e zika entre 2020 e 2021. No ano passado, foram registradas 8.263 infecções por dengue; enquanto em 2020 o número foi de 7.294. Mas, na avaliação do coordenador da Vigilância Ambiental em Saúde do Espírito Santo, Roberto Lapierre, ainda há subnotificação. “A pandemia prejudicou esse acompanhamento. É fundamental que a população, ao perceber os sintomas, procure uma unidade de saúde a fim de reduzir o número de óbitos”, diz.
O estado faz o acompanhamento semanal dos casos de infecção por um sistema (piloto no ES) por meio do qual é possível acompanhar, em tempo real, a notificação de casos, fazer gráficos comparativos e traçar estratégias para rapidamente conter a proliferação das doenças. Roberto Lapierre, reforça que o estado atua de forma muito próxima dos municípios para conter a disseminação das arboviroses e promover medidas de educação e conscientização junto à população.
“Recentemente fizemos a Semana Nacional de Combate ao Aedes Aegypti com mobilizações concentradas, estimulamos a formação de agentes locais e o tema nas escolas para o fortalecimento das ações de combate ao mosquito”, informa o coordenador estadual. Projetos como o “Aedes na Mira” e o “Aedes em 10 minutos” também serão trabalhados com a população capixaba. A ideia é que as prefeituras elejam um dia da semana para que a população faça uma ronda rotineira para detecção e destruição de possíveis criadouros do mosquito.
Situação do País
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Brasil tem queda de 42,6% nos casos de dengue entre 2020 e 2021, mas números ainda são altos
Cuidados necessários
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:
- Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
- Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
- Feche bem os sacos e lixo.
- Guarde os pneus em locais cobertos.
- Tampe bem a caixa-d´água.
- Limpe as calhas.
O combate ao Aedes aegypti, transmissor das três doenças, é a principal forma de prevenção. Campanha do Ministério da Saúde orienta que essas medidas para evitar água parada sejam incorporadas na rotina da população. “A grande importância de combater o mosquito é que não teremos pessoas doentes se não tivermos muitos mosquitos. A campanha deste ano ressalta que cada um deve buscar a responsabilidade dentro do seu quintal, do seu local de trabalho. Para isso, utilizar dez minutos da sua semana para fazer uma revisão nos principais locais onde possam ter criadouros do mosquito e eliminá-los para não deixar que o mosquito nasça”, explica o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses da pasta, Cássio Peterka.
Para evitar a proliferação do mosquito, a população deve checar calhas, garrafas, pneus, lixo, vasos de planta e caixas d’água. Não deixe água parada. Combata o mosquito todo dia. Coloque na sua rotina.