As eleições de 2022, com primeiro turno marcado para o dia 2 de outubro, terão o maior eleitorado cadastrado da história do país. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 156.454.011 eleitores poderão comparecer às urnas para escolher os representantes políticos. O número é pouco mais de 6% maior do que o registrado nas últimas eleições, em 2018, quando as pessoas aptas a votar eram 147.306.275. Com inclusão de Brasília e Fernando de Noronha, o eleitorado brasileiro está distribuído em 5.570 municípios, totalizando 496.512 seções eleitorais em 2.637 zonas eleitorais. No exterior, são 181 cidades. “Os dados que divulgamos sobre o eleitorado demonstram a pujança cívica da cidadania no Brasil. É com essa perspectiva de organizar, de preparar e de realizar eleições que são essenciais para democracia, essenciais para o Estado Democrático de Direito, que o TSE torna público o resultado final da sistematização do cadastramento eleitoral no Brasil”, comentou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Edson Fachin. Sobre o aumento do eleitorado, a educadora política Bezinha Soares acredita que um dos motivos foi a atuação da Justiça Eleitoral. “Creio também que esse crescimento se deve às formas como Justiça Eleitoral se colocou disponível para o cidadão, como cadastramento, coleta da biometria ou até mesmo não coleta em razão da pandemia”, afirma.
Voto facultativo Em comparação a 2018, também houve aumento do eleitorado que tem voto facultativo. No público entre 16 e 17 anos, são 2.116.781 jovens aptos a votar, número que representa crescimento de 51,13% em relação às últimas eleições. Somente nos quatro primeiros meses de 2022, de acordo com o TSE, o Brasil ganhou mais de dois milhões de novos eleitores dessa faixa etária. O estudante Giuliano Fernandes, de 16 anos, entrou recentemente para o eleitorado com voto facultativo. Tirou o título de eleitor em março deste ano. Para ele, o voto é ferramenta essencial na funcionalidade do serviço público. “Como todo e qualquer adolescente, existe a vontade de mudar o mundo e comigo não foi diferente. Conversando com amigos mais velhos e da minha idade, cheguei à conclusão de que, no meu meio social, a única forma de ser ouvido é tirando o título de eleitor. Todo e qualquer voto é importante porque você está representando a voz de um país. Acredito que meu voto vai ter poder, vai significar algo e minha voz será ouvida”, destaca. Entre as pessoas com mais de 70 anos, o eleitorado também cresceu nos últimos quatro anos. Subiu de 12.028.608 em 2018 para 14.893.281 em 2022, aumento de 23,82%. A professora aposentada Marluce Almado, de 79 anos, afirma que vai participar do pleito deste ano. “Apesar de saber que estou dispensada de votar pela idade, acho importante participar, é um dever cidadão. Pretendo cumprir esse dever. Temos compromisso para com nosso país. Somos responsáveis pelo resultado das eleições”, diz.
Nome social
Desde as eleições de 2014, a Justiça Eleitoral garante que pessoas transgêneras, transexuais e travestis tenham o nome social – aquele pelo qual a pessoa prefere ser chamada – impresso no título de eleitor e no caderno de votação.
Em 2022, vão usar o nome social 37.646 eleitores, número bem maior do que o registrado em 2018, que foi de 7.945. “Acredito que isso é de suma importância porque ter seu nome social impresso no título faz toda diferença. Mostra que a gente atua na lógica do reconhecimento. Só somos quem somos quando somos reconhecidos pelos outros. Pode ter havido certa demora, afinal foram só essas três últimas eleições, mas o importante é que a partir do momento que isso passar a valer que seja para sempre”, pontua Bezinha Soares.
Biometria
Segundo a Justiça Eleitoral, três em cada quatro eleitores já fizeram a identificação biométrica. Neste ano, 118.151.926 utilizarão a biometria no dia da votação, o que corresponde a 75,51% do total. Por outro lado, mais de 38,2 milhões de pessoas ainda não fizeram esse tipo de cadastro.